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LUSA? PORQUE?

Muita gente me pergunta porque eu torço para Portuguesa de Desportos, isso me pertuba, ou senão me perguntam: fora a Portuguesa para qual time você torce? , Porra!!! torço pra Lusa, poxa!!! e só, mais nada!!!! (risos) Levo na boa, mas minha resposta padrão é que precisa ter coragem para para torcer pra Lusa e falar para todos que torço pra Lusa. Tenho muito orgulho de minha escolha… deste meu amor, desta minha loucura. Torcer para um time que nunca vi campeão de algum título de expressão nacional, mas nada é assim do nada, tudo tem uma história, tudo tem um começo…

A primeira vez que entrei no Canindé foi com meu tio Cininho eu tinha 5 anos, ele me levou em um jogo e fui ali para as numeradas, assisti o jogo dali, fiz um esforço enorme agora para lembrar com quem a Portuguesa jogou mas não me lembro, mas sei que ganhou, e pela agitação daquele dia foi um jogão, e meu tio cometeu a “maldade” de me comprar um Snoopy com a camisa da Portuguesa, logo achei que o Snoopy torcia para a Portuguesa, e que a Lusa era o time mais legal do mundo (de fato ainda acho isso mesmo), POXA!!!! até o Snoopy torce para a Lusa!!? pronto, ali estava selado o meu eterno compromisso e amor com a rubro-verde do Canindé. Decorei o nome de dois jogadores que eram o Ewerton (Um goleiro Barbudo) e o Toquinho. Eu jogava bola no colégio e falava que era um ou outro, dependendo da posição. 

Depois deste dia do Snoopy fiquei alguns anos sem ir aos jogos, então lembro de ir em um jogo bem importante, e neste dia foi toda a família, porque a Lusa podia ganhar o primeiro turno do Paulistão de 1985 e assim a Lusa o fez, foi campeã, este jogo foi contra a Ponte Preta, e foi neste dia que pisei no gramado do Canindé pela primeira vez, na época o Canindé não tinha estas grades que tem hoje em volta do gramado, e o folclórico Chiquinho da Leões da Fabulosa me colocou dentro do gramado, ele ficava ali no vão entre a arquibancada e o gramado colocando toda a criançada para dentro do campo, foi uma festa enorme este dia… Então comecei a ir sempre com meu pai em jogos, essa época eu tenho uma saudade imensa, eu sempre entrava junto com os jogadores, sempre, e tentava ficar no gramado e assistir o jogo alí escondido, fato este que nunca consegui, sempre me viam e me mandavam sair, nunca consegui assistir nem o apito inicial dalí. As vezes durante a semana ía assistir os treinos, e o estádio geralmente ficava fechado, mas eu sabia que um dos portões costumava ficar aberto, entrava, e ficava ali assistindo, e uma dessa vezes pulei no gramado, fiquei ali do lado do técnico da Portuguesa, sentado no gramado o vendo dar uma entrevista para um jornal, fiquei ajudando a colocar a bola em jogo quando a bola saía (um prazeroso gândula), é pedi uma bola para técnico da Portuguesa que na época era o Jair Picerni, e este me deu, foi uma alegria imensa quando cheguei com essa bola em casa. Este tipo de coisas de ficar ali sentado babando pelos jogadores, ali pertinho, vendo o trabalho do goleiro que na época era o Sidmar, são tipo de coisas que só uma criança pode fazer, essas atitudes não posso fazer hoje em dia, não cai bem para minha idade.
Os anos passaram e ví grandes jogadores vestindo o manto rubro verde: Zenon (Com a camisa sempre fora do calção), Biro-Biro (Este me prometeu dar a camisa no final da partida, mas se contundiu e nunca mais jogou na Lusa) Valdir Perez, Edu Marangon, Capitão, Zé Roberto entre outros o inesquecível Dener… este pelo qual paguei um mico uma vez. Estava com a camisa na mão e caneta, corri para ele assinar e disse: -Dener, Dener autográfa aqui pra mim!? e ele assinando minha camisa disse: -Eu sou o Tico, o Dener esta ali… (Ai que vergonha) então corri e o Dener assinou a minha camisa (E dei essa camisa antes do Dener morrer, eu sei podem me xingar, me arrependo muito por isso)
Meus domingos já eram assim, eu e meu pai acabavamos de almoçar e íamos para o Canindé, eu lá com a minha bandeira pra fora do carro, uma bandeirona de uns 2 metros que ganhei do meu tio Cininho, tanto fazia se a Lusa estava bem ou mal, mas naquela época não me lembro de a Lusa ir mal em algum campeonato, naquela época a Portuguesa sempre estava ali nas ‘cabeças”, meu pai gostava de ir bem cedo, então antes de começar o jogo andavamos todo o Canindé, íamos na Gruta de Fátima, ficavamos esperando a chegada do ônibus com os jogadores, ficavamos pechinchando preços no bazar da tia que vendia artigos da Lusa, era tão legal aquele tempo, tinha mais acesso, mais perto com os jogadores, e não esse monte de grades, que até se justifica pela selvageria de alguns que se dizem torcedores hoje em dia.
Bom, minhas duas maiores tristezas com meu time foi não conseguirmos ganhar aquele título Brasileiro de 1996 (Final contra o Grêmio) e aquela lambança na semi-final do Paulista de 1998 em que o Sr. Juiz, Javier Castrilli meteu a mão na nossa Lusa… essa espinha vai ficar na minha garganta até um dia poder soltar o grito de campeã.
Este é meu amor incondicional pela Lusa, e mesmo que nunca veja campeã, pra mim é sempre o time campeão… (como diz o hino)
Vamos à Luta