OS MENINOS DO IPIRANGA

Minha família por ter comércio sempre mudou muito de residências, e até de cidades, e o período que considero a minha verdadeira infância foi no bairro do Ipiranga, aqui em São Paulo, metade das histórias que já postei aqui foram vivênciadas lá. Ali viví dos meus 7 anos até os 14 anos, precisamente na Rua Visconde de Pirajá, 339 – Alto do Ipiranga.

Todos os dias a molecada estava aprontando uma, as vezes coisas de minha autoria e planejamento, e outras vezes não. Brincávamos de bolinha de gude, carrinho de rolemã, pega-pega, cela… eram inúmeras brincadeiras, não dá nem para coloca-las aqui. Ali nós éramos cantores, compositores, ciclistas… e etc.
Da nossa turma eram:
Akira (O japonês): Ele por ser mais velho tinha uma certa liderança, muitas vezes atacada por mim, pois não aceitava tal situação e acabava tomando cascudo… Muitas vezes pegávamos minha mobilete e ficávamos mexendo com todo o mundo na rua que passávamos… era muito cómico, até que um dia estava em um Super Mercado com meu pai e um senhor me reconheceu como o arruaceiro da mobilete, e falou um monte para mim.
Zoião (Sidney) : Era sempre motivo de chacota da turma, por usar uns óculos fundo de garrafa. E eu que sempre tive muita habilidade de imitar as vozes, eu imitava a mãe dele o chamando (Vocês viram o Sidney???), e foi muitas vezes motivo de porrada. Infelizmente o Sidney veio a falecer a uns anos atrás em uma briga de bar.
Zé Luiz: Esse era o artista da turma, desenhava, fazia música para brincar com os outros… a última vez que tive contato, ele estava morando na Inglaterra, mas isso já fazem uns anos. Entre os clássicos da nossa turma e ele fez uma paródia da “Pinga em mim” do Sérgio Reis – para “Pinga ni eu” brincando com o pai do Akira que gostava de umas caninhas.
Ricardo: Meu vizinho, passávamos tardes e tardes, inventando alguma coisa… ele estava sempre em minha casa e eu na dele. Certa vez tomei um direto no olho recém operado, depois de uns dias acertei um na dele, e ainda quebrei o vidro do carro do pai dele com um chute… as coisas eram bem leves… Sempre tenho contato com ele, hoje um pai de família.
Rodrigo: Irmão do Ricardo, sempre estava conosco nas brincadeiras. Infelizmente veio a falecer no começo de 2010.

Marquinhos: Esse era meu fiel escudeiro, a maioria das “merdas” ele estava junto comigo, muitos pensavam que éramos irmãos. Certa vez ficamos muito tempo sem se falar por uma cagada que eu fiz, e merece que eu conte:

Atrás das nossas casas tinha uma casa abandonada, e as vezes pessoas desconhecidas invadiam tal lugar, era muito perigoso, e uma certa manhã nós fomos para lá para tirar as telhas do lugar, para evitar que invadissem a tal casa. Eu subi no telhado dessa casa e quando fui descer vi o Marquinhos colocando umas pedras para dificultar minha descida no muro por brincadeira, eu para assustar ele peguei uma telha e fui jogar perto dele, só que quando joguei ele se mexeu e acertei na mosca a cabeça dele… 
Foi um escândalo, por mais que pedisse desculpa ele nunca acreditou que foi sem querer. Mas foi sem querer viu Marquinhos!!!!  mas depois passou e continuamos amigos. (eu sou o de branco na foto, e o Marquinhos de azul)

A turma era muito criativa, foram momentos brilhantes vividos ali… este lugar fica mesmo ao lado onde é hoje a estação de metrô Alto do Ipiranga, que aliás onde eu trabalhei em uma farmácia do Sr. Saito, onde agora é justamente a entrada do metrô… demoliram a farmácia e também a bicicletaria do João que ficava ao lado, ponto frequente das nossas bicicletas.

Memórias… escrevo isso é como voltar lá…
Mas o Marquinhos… foi sem querer mesmo a telha… não esqueça que eu era ainda meio vesgo… O que poderia esperar?
Mapa detalhado do lugar:

 

One response to this post.

  1. >Opa! Fala brother!Sou o Zé Luis!Cara, que legal ler isso, me fez lembrar daquela época de ouro que de fato eu nunca me esqueci, mas a vida passa rápido né!Sempre que passo por aquela rua me lembro de muitas coisas, das brincadeiras, das brigas.. HEHEHAquela rua é magica, me sinto bem lá, talvez um dia eu volte a morar nela.Lembra da época do Karatê Kid?A gente tirando fotos com aquelas câmeras descartáveis da Kodak ??Pow cara, e a Turma da Bomba? A gente explodia um monte de coisas…A "casa" da arvore na goiabeira do terreno que ficava atras da sua casa, as armadilhas na casa abandonada…Pow…Quanta coisa…Lamento saber do Rodrigo, nem sabia que ele tinha partido.O Akira encontrei a algumas semanas atras lá na Cursino, tá a mesma coisa de sempre, só mais velho…hehehe Alias ele quem me reconheceu, eu tinha passado batido.Pow brother, ja adicionei seu blog nos favoritos.Vamos manter contatojlsantana.silva@gmail.comAbração e fiquem com Deus!!

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